quinta-feira, 31 de março de 2016

Casa de Parto David Capistrano Filho - Relato de Parto

No dia 15 de Março eu estava completamente atordoada, você já estava passando do tempo de nascer e eu morrendo de medo de acabar tendo que fazer uma cesária. Eu cheguei a chorar loucamente no dia anterior pedindo pra você nascer logo, eu te implorava, mas nada de você. Nesse dia eu tinha consulta, dessa vez foi com a enfermeira Patricia. Ela me acolheu, conversou comigo, permitiu que eu me abrisse e aliviou todo aquele peso que estava nas minhas costas.. Depois de chorar um pouco na sala com ela, contando meus anseios, ela me explicou que eu precisava ficar tranquila pra que você viesse, eu precisava relaxar e esparecer minha cabeça para que permitisse que o corpo agisse e começasse o trabalho de parto. Definitivamente foi graças a ela que tudo começou! Aquele dia eu voltei pra casa mais tranquila, tentei 'relaxar' e esquecer tudo que me perturbava. Fui dormi mais cedo que o normal.. As 23:30h eu acordei sentindo algo diferente, contrações fraquinhas, mas não liguei muito, afinal naquela semana eu já havia sentido milhares de contrações mas nada acontecia. As 0:00h as contrações começaram a tomar ritmo, foi quando falei com a Jo (minha Doula linda), e ela começou a me ajudar a contar o tempo das contrações. As 2h da manhã eu decidi ligar para ambulância e chamar para que eles dessem a confirmação de que eu realmente tinha entrado em trabalho de parto. E sim, eu realmente estava em trabalho de parto, e eu não podia conter a felicidade que eu estava sentindo! A dor das contrações eram até gostosas, caramba, estava finalmente acontecendo, logo eu ia te ver!!
 Cheguei a casa de parto as 3h e pouca da manha do dia 16 de Março de 2016, a enfermeira plantonista me examinou e verificou que eu ainda estava com apenas 2 de dilatação e que minhas contrações estavam muito em cima uma da outra (realmente estavam, eu mal conseguia respirar e andava pra lá e pra cá mordendo uma das suas toalinha), elas me colocaram na banheira. Avisei a Jo que já estava na casa de parto e ela falou que vinha assim que amanhecesse o dia. Avisei sua vó Ju, coloquei o fone de ouvido e comecei a "curti" minhas contrações. Elas começaram a dar um espaço de tempo e eu podia enfim respirar melhor, porem quando as contrações vinham, elas vinham mais demoradas e cada vez mais doloridas. Não me recordo de que horas a Jo havia chegado, minhas contrações ja estavam mais doloridas do que quando eu cheguei, eu ainda caminhava de boa e falava, mas foi só a Jo chegar que engatou de vez. Depois que ela chegou eu perdi a noção de tempo, não sabia mais que horas eram, muito menos a quanto tempo eu estava ali, já não falava, apenas me comunicava com ela por olhar e gestos, e ela me compreendia super bem e me ajuda com massagens! (E como essas massagens e os carinhos dela me ajudaram nesse momento). Até que minha bolsa estourou, senti um "ploft" e água escorrendo pelas minhas pernas, eu nem se quer vi como era a água, mas sabia que a bolsa tinha estourado. A essa altura a dor já estava quase insuportável, a Jo me ajudou a voltar para a banheira na qual eu tinha saído quando ela chegou, eu só lembro quando as contrações vinham e eu ficava balançando a cabeça dizendo "não", queria dizer que não queria mais sentir aquela dor, mas a Jo segurou a minha mão e me disse  milhares de vezes o quanto eu era forte e ia conseguir. Eu já estava sentindo a tal vontade de empurrar, mas parecia que a àgua não estava ajudando muito, então decidi sair (eu realmente queria ter você na banheira, mas eu estava exausta e sem a ajuda da dor da contração na qual a agua diminui, eu não estava conseguindo). Deitei na cama e senti a dor aumentando, e a vontade de fazer força tbm, porém eu confundi com "vontade de fazer cocô" e pedi pra ir no banheiro, quando me sentei e fiz força a Jo logo chamou a enfermeira e avisou que estava acontecendo!!! Eu realmente estava exausta nesse momento, ela perguntou se sentada era mais confortável e eu acho que balancei a cabeça dizendo que sim. Me sentaram em um banquinho apropriado para parto, a Jo sentou atras de mim e me abraçou. Logo a enfermeira disse "Ela já esta aqui, você quer recebe-la?", balancei minha cabeça dizendo que sim e coloquei minhas mãos para receber você, foi quando senti sua cabecinha, a enfermeira perguntou se eu queria ver e eu disse que não, um tanto por receio e um tanto por cansaço, eu não queria ter que me curvar para olhar, bastava te sentir. Aparti desse momento eu já não sentia mais dor, era só vontade de fazer força! Não demorou muito e você saiu, escorregou, eu te segurei e coloquei deitada no meu peito, ouvi seu chorinho e você me olhou e se aquietou. Eu não acreditava, eu te olhava e não acreditava, você estava ali! Tão linda, mesmo toda suja, minha bebezinha. Aparti daquele momento eu só queria te curtir, te olhar, te abraçar, te cheirar. Foi o melhor momento da minha vida!! Doeu, mas valeu a pena. Obrigada por me proporcionar esses momentos Amy, obrigada por tudo. EU TE AMO!!!!

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